Psicóloga fala sobre saúde mental das crianças em tempos de pandemia

Durante o período de isolamento social, por conta do novo coronavírus, a saúde é um fator que tem preocupado bastante a população, não só a física mas também a mental. Um cuidado especial deve ser dado as crianças, que podem desenvolver problemas psicossociais.

Um estudo realizado este ano pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em meio ao cenário pandêmico, revela que esta situação atípica tem trazido muitas mudanças no cotidiano das crianças, desencadeando comportamentos mais impacientes, agitados e até mesmo ansiosos, neste período de excepcionalidade. O estudo também envolve as crianças em situação de vulnerabilidade social e portadoras de necessidades especiais, as quais necessitam de cuidados mais específicos, em razão das suas limitações.

Em conversa com o Varela Notícias, a psicóloga e professora da Faculdade UniFTC, Leonara Silva, contou que a mudança repentina de rotina das crianças tem impacto na vida delas podendo gerar diferentes repercussões e isso dependerá da idade, o jeito de cada uma e dinâmica familiar.

“Não significa que as crianças não tem sentido o momento. Entre os 2 aos 12 anos a pluralidade de estar compreendendo de uma forma equivocada ou não é grande”, relatou.

Leonara constatou que de um modo geral no período da pandemia, ela tem observado que as crianças estão tendo mais dificuldade de dormir, de se alimentar, estão com perda de apetite, assim como, agressividade, impulsividade, desobediência e irritabilidade entre outros.

Apesar dos comportamentos diferentes, a profissional afirmou que essas alterações de humor são normais por se tratar de uma crise mas que precisa ser observado, após o período, se esses sentimentos irão continuar.

Um fato que pode se tornar preocupante dentro desse contexto são as crianças que perderam parentes por conta do vírus. Segundo Leonara, o modo como a morte de alguém é noticiado às crianças pode ter consequências ruins para o seu desenvolvimento e o processo de luto, uma vez que elas podem ter reações de raiva, medo, culpa ou até, mesmo, se sentirem enganadas por aquele(a) que se foi, criando assim pensamentos não realistas a respeito disso.

“É normal também a criança sentir tristeza por estar longe dos colegas e da professora, pois a escola para ela, normalmente, é um ambiente prazeroso com muitas atividades e brincadeiras, um ambiente que ela se sente bem”, declarou.

A técnica em prótese dentária, Raquel Rech, de 35 anos, expôs ao VN como sua filha Joane Heloíse, de 6 anos tem lidado com o esse período em casa.

“Se tratando de uma criança com uma rotina diária fora de casa, boa parte do tempo, Joane tem reagido com certa dificuldade, assim como eu também. Acostumadas a ter uma rotina fora de casa, de repente nos vimos “presas” em casa”, desabafou.

De acordo com a mãe, Joane é uma criança que tem muito afeto pela escola, onde ficava em tempo integral e não tem se adaptado as aulas online, realizadas somente uma hora por dia, pois reclama com a professora do tempo curto de aula.

“A professora não pode mais passar muitos deveres pra ela fazer em casa pois, ela está muito adiantada em relação aos coleguinhas. Tentei deixar o quartinho dela o mais agradável a ela possível. Pois ela acaba passando parte do dia lá. Ela tem uma televisão com internet no quarto, muitos brinquedos mas já não é mais suficiente para entrete-la”, disse.

Rachel ainda disse que tem tentado inovar com a filha, criando novas formas de ajuda-lá a aproveitar mais, porém, segundo ela não tem mais funcionado.

“Comprei tintas guache pra ela diversificar um pouco, acabou pintando até às paredes. Ensinei ela a fazer a correntinha do crochê, então às vezes ela se diverte fazendo correntes com minhas linhas. Ela tem uma rotina em casa mas as vezes não quer seguir. A situação tem piorado, não há mais opções de entretenimento. Tudo é chato, não tem nada pra fazer de legal”, comentou.

Como alternativa de ajudar os pais e as crianças, Leonara aconselhou algumas atividades que podem contribuir para ansiedade dos pequenos durante a pandemia como: Atividades de relaxamento, através de treino de respiração; dar previsibilidade do dia ou seja, estabelecer uma rotina para que a criança possa saber o que acontecerá naquele dia; explicar para a criança sempre que possível sobre o que esta acontecendo e os motivos dela estar em casa; permitir que a criança expresse suas dúvidas e esclarecê-las, evitar uso de dispositivos eletrônicos momentos antes de dormir para não atrapalhar o sono. “Isso é importante para a regulação emocional”.

Fonte: Varela Notícias

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