E a equipe não teve a maturidade necessária para superar a Bélgica naquele jogo fatídico.

Na Copa, em si, o time mostrou um inédito descontrole, o time não se encaixou bem, sintoma que pode ter vindo do fato de que, até então, sob o comando de Tite, prevalecia a acomodação e uma certa presunção de que o caminho já estava traçado.

Contribuiu para isso uma quase nula pressão por resultados, em se tratando de seleção brasileira. Quando ela veio, os jogadores sentiram.

Por isso, neste momento, empates como o do jogo contra o Panamá, são até benéficos. Podem ser dolorosos e deixar Tite com um semblante abatido. É menos sofrido, porém mais enganoso ser unanimidade.

Agora, pelo menos, as fraquezas da seleção estão sendo expostas. Em um momento em que elas podem e precisam aparecer. Para serem corrigidas a tempo. Dentro de um time que, neste ciclo, está sendo formado pelo próprio treinador.

A maior tarefa de Tite é não deixar ele e seus comandados se abalarem com os resultados de agora, pensando no amanhã.

Nos últimos tempos, o Brasil se acostumou a ganhar título da Copa das Confederações (1997, 2005, 2009 e 2013), Copa América (1989, 1997, 1999, 2004 e 2007), que poderiam manter qualquer seleção do mundo em alta por muitos anos.

Até Messi estaria satisfeito se tivesse vencido uma Copa América pela Argentina.

Mas como a exigência na seleção brasileira vai muito além, aquilo que realmente interessa é vencer a Copa do Mundo.

Até mesmo uma boa campanha em Eliminatórias perde o sentido sem um bom desfecho.

Neste sentido, estas competições, que logicamente são importantes e devem sempre ser encaradas com seriedade, acabaram não tendo um complemento.

E serviram como um escudo de proteção que, no momento derradeiro, em nada protegeu.

Tite agora está montando a sua equipe. Com ele estão despontando Richarlison, Arthur, Paquetá e uma nova safra.

A história mostra que a lapidação de uma equipe geralmente é dolorosa.

Mas é a única maneira de, quando ela estiver pronta, encarar a pressão com muito mais equilíbrio emocional, sem se contentar com vitórias de Pirro. A bola está pingando para você, Tite. Ou, se preferir, pingabilidade. Não importa o termo.

FONTE: R7